
Fonte:Cultura, fauna e flora.

Nas ruas de Belém é impossível não correr para pegar uma manga que cai, fresquinha. São tantas frutas diferentes que não dá para resistir ao cupuaçu, ao bacuri, ao taperebá, ao muruci ou ao açaí. Nas festas, na capital e no interior, não tem arrasta-pé sem carimbó, ritmo contagiante que simboliza um cortejo entre o homem e a mulher.
No mês de junho os terreiros, as quadrilhas e as comidas típicas dão às cidades paraenses um charme especial com o colorido das bandeirinhas de São João. No interior do Estado, nas conversas ingênuas nas portas das casas, é comum ouvir estórias encantadas do Boto e da Matinta Perêra. O imaginário da região é povoado de misticismo e fé.
E essa fé ganha proporções gigantescas no Círio de Nazaré, sempre no segundo domingo de outubro, uma das maiores manifestações religiosas do país e considerada o "Natal do paraense". O clima de confraternização no almoço do Círio só é completo com pato no tucupi e maniçoba à mesa.
A cerâmica inspirada nos índios é outra tradição da terra. O Pará é o resultado de uma mistura de ritmos e de raças convivendo harmoniosamente. Dos índios, tomamos o tucupi bem quentinho, dos negros apreciamos os passos da Marujada, em Bragança, e ainda dançamos a quadrilha, que veio da Europa.
Visitar o Pará é descobrir todos esses segredos. Receber o carinho e a hospitalidade do povo, saborear seus pratos e não resistir a seus ritmos.
Bichos do Pará:
ANACÃ
Deroptyus accipitrinus
Vive na floresta de terra firme onde anda em bandos que variam de cinco a mais de uma dúzia de animais.

ARARAJUBA
Guaruba guarouba
A Ararajuba talvez seja a ave mais brasileira, pois porta as cores nacionais, verde e amarelo.De fato, sua distribuição na natureza abrange apenas o Pará, o oeste do Maranhão e parte do Amazonas e de Rondônia. Mas se quiser ver esse belo psitacídeo (parente das araras, dos papagaios e dos periquitos) o melhor é visitar o Pará, onde ainda é comum em várias partes onde há floresta alta.
GAVIÃO REAL
Harpia harpyja
O gavião real é a mais poderosa águia da terra. Além de uma das maiores envergaduras de asa desse grupo, é a força das pernas que consagra esse título à ave.
Enquanto muitos acham que gosta mais de atacar os macacos, os gaviões reais preferem as preguiças como presas. As pernas e as garras afiadas são adaptações perfeitas para arrancar as preguiças das árvores.
Isso às vezes é um legítimo desafio para a ave, pois, apesar de lentas, as preguiças possuem uma força incomum.
GARÇA-BRANCA-GRANDE
Casmerodius albus
A garça-branca-grande é nossa segunda maior garça. Só o maguari é maior.
Vive em todas as regiões do Pará em áreas alagadas, onde procura peixes, rãs e outros animais aquáticos para se alimentar. Já foi muito caçada para fornecer plumas à indústria de chapéus para mulheres.
Hoje essa indústria acabou e, felizmente, a espécie voltou a ser bastante comum em quase toda a Amazônia.
ARARA CANINDÉ
Ara ararauna
Tem uma ampla distribuição, mas já desapareceu de grandes áreas. Ainda é bastante comum em diversas áreas de várzea no Pará. Depois da época reprodutiva, quando as aves se espalham pela mata, a espécie forma grandes poleiros coletivos.

GUARÁ
Eudocimus ruber
O Guará é uma das aves mais vistosas do mundo. O Pará abriga as maiores populações de Guarás do planeta e um único ninhal da costa abriga mais de 4.000 Guarás e seus filhotes.
A linda cor avermelhada depende da comida, especialmente dos crustáceos (caranguejos e camarões) que a servem como alimento, pois o Guará não produz o pigmento necessário para colorir a plumagem.
Ameaçado de extinção em outras partes, na costa paraense o Guará ainda é bastante comum.
PAVÃOZINHO-DO-PARÁ
Eurypyga helias
O nome científico de nosso Pavãozinho-do-pará se traduz como "ave do sol com a cauda avantajada". O nome cabe, pois é uma de nossas aves mais belas, com sutis matizes em todos os tons de marrom, branco e preto.
Parece mais com uma garça, mas é parente das galinhas-d'água e dos jacamins. Vive em todas as partes da Amazônia na beira de rios e igarapés, onde procura pequenos peixes, insetos e outras presas.
TUCANO-DE-PEITO-BRANCO
Ramphastos tucanus


ANTA
Tapirus terrestris
A Anta é nosso maior mamífero, atingindo mais de 2 metros e 250 quilos. É terrestre, mas prefere viver próximo à água, não somente como fonte para beber, mas também como refúgio quando é perseguida.
A gestação leva mais de um ano e o filhote nasce com apenas 6 ou 7 quilos. É um importante dispersor de sementes, pois gosta muito de comer frutos caídos no chão. É um animal muito caçado e, por isso, difícil de ser encontrado no mato, onde passa a maior parte do dia dormindo, preferindo procurar sua comida durante a noite.
A maneira mais fácil de perceber a presença da anta é pelas pegadas muito típicas, que mostram os três dedos, tanto da pata traseira como da dianteira. Por incrível que pareça, a Anta é um parente razoavelmente próximo do cavalo e do rinoceronte.
CAPIVARA
Hydrochaeris hydrochaeris
Chegando até 1,3 metros de comprimento e 65 quilos de peso, a Capivara é o maior roedor do mundo. É sempre encontrada próximo à água, seja na floresta em zonas com capins, seja nas áreas abertas.
Pasta, como se fosse uma vaca, e tem grande potencial para a criação controlada ("fazendas de Capivaras") para ser uma fonte alternativa de proteína animal no Pará. Em diversas áreas é ainda comum, mas seu hábito de ser ativo durante o dia é facilmente modificado para atividades apenas noturnas quando é caçada.
É uma das presas preferidas da onça-pintada. Quando em perigo tenta se refugiar correndo para a água onde mergulha rapidamente para se defender.
PREGUIÇA-DE-TRÊS-DEDOS
Bradypus tridactylus
A Preguiça-de-Três-Dedos é a preguiça mais comum do Pará. Gosta mais da várzea, mas também vive em mata de terra firme.
A imbaúba é sua comida preferida, mas se alimenta também de uma grande variedade de folhas e, também, frutos selvagens.
Essa preguiça anda devagar e é por isso que tem o nome, bem merecido. Seu parente, a preguiça-de-dois-dedos, anda mais ligeiro e até pula de uma árvore para a outra quando quer escapar de um inimigo.
(sem fotos)
COATÁ OU MACACO ARANHA
Ateles belzebuth

Anda em grupos de até 20 indivíduos e procura sua comida, que consiste preferencialmente de frutos e folhas, na copa das árvores. É considerado ameaçado de extinção, em parte devido à baixa taxa de reprodução da espécie.
As fêmeas começam a reproduzir com 4 a 5 anos (muito tarde para nossos macacos) e produz uma prole apenas de 3 em 3 anos. Em compensação, é uma mãe especialmente prestativa.
ONÇA PINTADA
Panthera onca
A Onça Pintada é o maior mamífero predador da América Latina. Possui uma distribuição geográfica que vai desde o extremo sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina.
Ainda é razoavelmente comum nas partes menos habitadas da Amazônia. O macho atinge até 2,5 metros de comprimento, pesando até 160 quilos, e é maior que a fêmea. A onça preta é apenas uma variação de coloração da onça pintada e ambas pertencem à mesma espécie.
A onça é um bicho solitário e os casais se encontram apenas na época do cruzamento. A cria é de 1 a 4 filhotes, que permanecem juntos à mãe apenas durante os primeiros dois anos de vida.
ONÇA PINTADA
Panthera onca

Ainda é razoavelmente comum nas partes menos habitadas da Amazônia. O macho atinge até 2,5 metros de comprimento, pesando até 160 quilos, e é maior que a fêmea. A onça preta é apenas uma variação de coloração da onça pintada e ambas pertencem à mesma espécie.
A onça é um bicho solitário e os casais se encontram apenas na época do cruzamento. A cria é de 1 a 4 filhotes, que permanecem juntos à mãe apenas durante os primeiros dois anos de vida.
GUARIBA-DE-MÃO-VERMELHA
Alouatta belzebul

É um dos nossos maiores macacos (o macho pode pesar até 8 quilos), sendo superado apenas pelo macaco-barrigudo e o coatá. Onde não é caçado, ainda é muito abundante. Foi o animal mais freqüente no "salvamento" dos bichos do lago da hidrelétrica de Tucuruí, onde mais de 30.000 guaribas foram resgatados.
Diferente dos outros macacos, sua dieta faz com que consiga sobreviver em áreas relativamente pequenas, desde que seja protegido dos caçadores.
vEADO MATEIRO
Mazama americana

TUCANDEIRA
Paraponera spp

SAGUI
Saguinus midas

MACACO-DE-CHEIRO
Saguinus sciureus
O Macaco-de-Cheiro é uma das espécies de primatas mais comuns na várzea. Anda em grupos bastante grandes, que podem chegar a centenas de indivíduos, especialmente na época da seca.
Também existe em algumas florestas de terra firme, mas em números menores. Sua comida preferida é de insetos, mas come também frutos e a seiva das árvores.
É bastante conhecido pelo mundo inteiro, pois até os anos 80, muitos eram capturados na mata e exportados para o hemisfério norte. Felizmente, essa prática hoje é proibida.
ARIRANHA
Pteronura brasiliensis

Mas a caça com fins de comercializar sua bela pele reduziu a população, que hoje está ameaçada de extinção. Hoje em dia a Ariranha já está aumentando seus números em áreas protegidas, mas ainda pode ser considerada bastante rara.
Além de muito notável por seus hábitos sociais, a Ariranha prefere os mesmos peixes que os seres humanos e há alguns pescadores inescrupulosos que ainda abatem esses animais maravilhosos.
BOTO COR-DE-ROSA
Inia geoffrensis

Hoje seus membros são limitados a poucos rios de água doce, inclusive o Amazonas/Solimões e o Orinoco. O Boto Cor-de-Rosa vive especialmente em águas relativamente rasas, onde procura, de preferência, peixes de couro tais como o tamuatá e o bagre. Também não dispensa tartarugas jovens, recém saídas do ovo.
A protuberância na cabeça é um tipo de captador, utilizado para receber os reflexos dos sons que fazem parte do sistema de sonar que utiliza para navegar e encontrar sua comida. Assim, consegue nadar até dentro da floresta inundada na época da cheia e se locomover sem problemas nas águas turvas da região.
JACARÉ-AÇU
Melan osuchus niger
O Jacaré-açu é nosso maior jacaré. Cresce até 5 metros e é a única espécie de jacaré perigosa à população da Amazônia. É ameaçado de extinção, pois, além do perigo que representa às pessoas, tem um couro, que antigamente era muito cobiçado, e uma carne saborosa, apreciada por muitos moradores da região. Além do Jacaré-açu, existem mais três espécies de jacaré no Pará: o Jacaré-tinga e duas espécies de Jacaré-anão. Estes últimos vivem dentro da floresta em pequenos igarapés e muitos confundem com filhotes das outras espécies.
PORAQUÊ
Electrophorus electricus
O Poraquê tem a aparência de uma enguia, mas de fato pertence a um grupo de peixes mais aparentado com os bagres, surubins e afins. Enquanto seus parentes mais próximos utilizam a eletricidade apenas para se nortear nas águas barrentas, o Poraquê produz uma descarga fortíssima, entre 300 a 500 volts.
Tudo isso para imobilizar suas presas, algo necessário para garantir que a boca, transformada em uma espécie de pulmão, não seja danificada quando engole os peixes que são seu alimento preferido. Se as presas relutassem, poderiam até levar o Poraquê à morte com as eventuais feridas na boca.
PEIXE-BOI
Trichechus inunguis

Antigamente era muito mais comum, mas a caça predatória fez com que hoje seja considerada uma espécie ameaçada de extinção. O filhote nasce depois de 11 a 12 meses de gestação e permanece uns dois anos com a mãe. É errado chamar a fêmea de "peixe-vaca"; o certo é "Peixe-Boi-Fêmea".
TARTARUGA GIGANTE
Podocnemis expansa
A Tartaruga Gigante é um dos maiores bichos de casco do mundo, sendo superada apenas por alguns parentes marinhos. A fêmea é maior que o macho. Alcança até 45 quilos e 80 centímetros de casco, enquanto ele pesa, no máximo, 25 quilos e mede 50 centímetros. Na época de água baixa nos rios principais da Amazônia, a fêmea vai até a praia onde nasceu e bota de 50 a 150 ovos. Ameaçada de extinção, são os programas de criação da Tartaruga Gigante em cativeiro que ajudam a preservar a espécie e ainda fornecer um produto alimentar importante e muito valorizado.